terça-feira, 13 de maio de 2014

Enfermeiros: injeção de amor

Desde 2008 estou na rotina de casa/ hospital e nesse caminho conheci pessoas que ficarão na minha memória para sempre. Pessoas e situações que por mais desesperador que tenha parecido, hoje podemos rir de tudo que já passou. Se tem um sentimento que toma conta de mim diariamente é a gratidão, impossível não ser grata aos profissionais que me acompanharam lá do início até agora. Profissionais porque ontem era Dia dos Enfermeiros e devo muito a eles, é claro que eu deveria agradecer a todos (da copeira à cigana que disse ''irei rezar por ela'') mas a data é deles, só deles. Por isso escrevi alguns momentos engraçados e sensíveis que lembrarei para o resto de minha vida.

  • O dia que eu pedi para a enfermeira onde estava o crachá dela, com medo de que me matasse (eu tinha tomado remédio para dormir);
  • As muitas vezes que a enfermeira trazia uma torrada e um suco de laranja às 11 da noite;
  • O dia que a enfermeira foi me dar banho de leito e perdeu meu anel de ouro (ele estava dentro do vaso sanitário);
  • E quando achei uma loucura tomar banho de chuveiro usando bipap porque eu estava com medo pois mal conseguia sentar;  
  • O dia que pedi para morrer, eu estava na UTI e a enfermeira ficou super brava comigo;
  • Quando eu negociava com o enfermeiro-chefe: só comerei se minha mãe entrar aqui. (Na UTI o horário de visita é bem restrito)
  • As duas festas de aniversário, com 19 e 21. Muitos balões pendurados no suporte de soro;
  • As vezes que as enfermeiras de Curitiba vinham no meu quarto tomar '' um chima'';
  • Quando dividíamos nossas histórias e nos fazia refletir que os problemas da gente às vezes são muito pequenos;
  • O dia em eu tirei a traqueostomia e quiseram conhecer minha voz;
  • E quando mantinham a calma comigo por eu estar nervosa, obrigada pela paciência.
  • O dia em que eu acordei com uma rosa no meu quartinho da UTI e descobri que uma senhorinha enfermeira entrou no meio da multidão na Romaria para dá-la a mim;
  • E quando eles decifravam meu humor pelo nº de tsc, tsc, tsc. 
A felicidade está nas pequenas coisas, o que fica são as lembranças. Muito obrigada pelo amor que exercem à profissão, tornando-se parte de nossa família também.


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