quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Um tempo pra mim

Fazem exatamente um ano e um mês que eu não posto nada aqui, em meio a rascunhos nunca mais consegui finalizar um post sequer. Minha vida continua corrida, mais corrida que antes; tive que remanejar meu tempo e nesse exato momento tenho que estudar para uma prova e concluir o relatório final de estágio. Hoje também estou mais introspectiva, mil coisas para pensar e mil coisas para fazer, às vezes falta um tempo para nós ficar a sós com nós mesmos. E neste espaço eu consigo aproveitar um pouco de mim, eu amo minha vida mas é necessário parar e explorar a si. Voltar a fazer algo que se gosta, algo que dá prazer, sentir que existe algo além da rotina, se presentear com a própria presença. Faça o mesmo, tire um tempo para você.





  

sábado, 11 de outubro de 2014

Boas novas!

Fazem três meses que eu não posto, adoro escrever aqui mas ultimamente tem me faltado tempo. Eu estava desde o ano passado com planos de voltar para a faculdade, mas fui adiando e chegou o momento que era sim ou não. Se desafiar, aceitar ou pedir ajuda, entender que as pessoas vão olhar mesmo e por simples curiosidade. Pedir ajuda ainda é um pouco difícil, quanto aos olhares tá tranquilo! Antes de toda essa tempestade causada pela Doença de Devic, eu estudava Ciências Contábeis e amava. No entanto, essa tempestade fez aparecer um outro lado meu, o lado mais humano. Por isso resolvi começar psicologia e está sendo gratificante (e cansativo)! Fico ocupada o dia todo entre fisioterapia e aula, mas é bom aprender o que se gosta. A parte do ''não ter tempo'' tem seu lado positivo: esquecer que estou doente, esquecer das possibilidades de piorar. Não sou negativa, mas elas existem por isso tento esquecer e está surtindo efeito!




domingo, 6 de julho de 2014

Como estou me sentindo?

Eu não posto muito, eu sei. O problema é que eu sou muito perfeccionista e demoro um tempo entre ler e revisar. Mas direto ao ponto, esse mês gostaria de dizer que estive muito bem (gostaria). Tive altos e baixos, notei diferença na minha visão e ligamos para meu neurologista, ele sugeriu que procurássemos um oftalmologista e dependendo do resultado seria necessário um exame de ressonância. Minha força estava normal, o problema era mesmo na visão, no sol era complemente impossível enxergar de longe e nem rostos eu reconhecia, é claro que eu fiquei uma pilha de nervos pois todo sintoma que aparece do nada pode ser sinal de surto. Já na Clínica de Olhos, foi constatada início de catarata no olho esquerdo devido ao uso contínuo de corticoides. O lado bom é que está no início, tem cirurgia e nas ressonâncias nada de alteração foi visto, o lado ruim é que do olho direito eu enxergo muito pouco resultado de um surto a 4 anos atrás (talvez dois olhos comprometidos, talvez). Não escrevo isso pacientemente, às vezes dá um medo do futuro, fico meio paranoica pensando que rumo essa doença tomará, pensamento que não resolve em nada e só aumenta a ansiedade. Por fim, um óculos de descanso e nada mais.
Outro fato que de certa forma me fez regredir um pouquinho, foram uns problemas pessoais, é difícil não deixar o lado emocional ser afetado por questões que nem dizem respeito a você, nem sempre é fácil formar um escudo contra os problemas. Perdi o apetite e em consequência emagreci, tive crises de ansiedade e meu remédio está continuando ser a terapia. O último dia que saí de lá parecia que eu havia vomitado todas as minhas angústias.
Essa semana estou melhor, sem crises e voltando a comer. Quem sabe o segredo seja dar tempo ao tempo e aproveitar o momento.



domingo, 18 de maio de 2014

Como estou me sentindo?

É tão mais fácil falar de nós mesmos nas entrelinhas ou deixar explícito só a parte boa. Eu não quero que as pessoas pensem que eu sou triste muito menos que minha vida é um mar de rosas, todos temos nossos altos e baixos. Esse post é sobre isso, em específico sobre como a doença está se desenvolvendo e onde estou notando melhoras. Dividir minha experiência, cada mês.
  • Sinto muito cansaço mesmo sem fazer nada;
  • Aqui no RS é frio e apesar de ser outono, eu fico mais rígida;
  • O tal ''choquinho'' e os espasmos me atrapalham muito para andar, até para me movimentar com a cadeira de rodas;
  • Dor neuropática, aquela dor chata que me persegue e pretende não desistir;
  • Por outro lado melhorou meu equilíbrio de tronco e minha insegurança graças à Equoterapia; 
  • A força das pernas também, às vezes não temos ideia da força que temos (literalmente), o Pilates trabalha isso;
  • Estou comendo melhor, passei uns meses lutando contra uma gastrite nervosa que não cessava, foquei na psicoterapia e estou tentando driblar minha ansiedade. 
Acho que é isso, não deixar de fazer fisioterapia e cuidar da mente, as melhoras virão aos poucos. Uma vez eu achava que eu iria acordar e tudo estaria como antes, nunca aconteceu. Milagres não existem porque a vida já é um milagre, não espere para se dar conta disso quando já for tarde.Todo sofrimento é um aprendizado.

Eu e meu companheiro Pé de Pano.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Enfermeiros: injeção de amor

Desde 2008 estou na rotina de casa/ hospital e nesse caminho conheci pessoas que ficarão na minha memória para sempre. Pessoas e situações que por mais desesperador que tenha parecido, hoje podemos rir de tudo que já passou. Se tem um sentimento que toma conta de mim diariamente é a gratidão, impossível não ser grata aos profissionais que me acompanharam lá do início até agora. Profissionais porque ontem era Dia dos Enfermeiros e devo muito a eles, é claro que eu deveria agradecer a todos (da copeira à cigana que disse ''irei rezar por ela'') mas a data é deles, só deles. Por isso escrevi alguns momentos engraçados e sensíveis que lembrarei para o resto de minha vida.

  • O dia que eu pedi para a enfermeira onde estava o crachá dela, com medo de que me matasse (eu tinha tomado remédio para dormir);
  • As muitas vezes que a enfermeira trazia uma torrada e um suco de laranja às 11 da noite;
  • O dia que a enfermeira foi me dar banho de leito e perdeu meu anel de ouro (ele estava dentro do vaso sanitário);
  • E quando achei uma loucura tomar banho de chuveiro usando bipap porque eu estava com medo pois mal conseguia sentar;  
  • O dia que pedi para morrer, eu estava na UTI e a enfermeira ficou super brava comigo;
  • Quando eu negociava com o enfermeiro-chefe: só comerei se minha mãe entrar aqui. (Na UTI o horário de visita é bem restrito)
  • As duas festas de aniversário, com 19 e 21. Muitos balões pendurados no suporte de soro;
  • As vezes que as enfermeiras de Curitiba vinham no meu quarto tomar '' um chima'';
  • Quando dividíamos nossas histórias e nos fazia refletir que os problemas da gente às vezes são muito pequenos;
  • O dia em eu tirei a traqueostomia e quiseram conhecer minha voz;
  • E quando mantinham a calma comigo por eu estar nervosa, obrigada pela paciência.
  • O dia em que eu acordei com uma rosa no meu quartinho da UTI e descobri que uma senhorinha enfermeira entrou no meio da multidão na Romaria para dá-la a mim;
  • E quando eles decifravam meu humor pelo nº de tsc, tsc, tsc. 
A felicidade está nas pequenas coisas, o que fica são as lembranças. Muito obrigada pelo amor que exercem à profissão, tornando-se parte de nossa família também.


domingo, 11 de maio de 2014

Feliz Dia das Mães!

Gostaria de começar esse post de Dia das Mães falando o quanto minha mãe é especial e guerreira, mas sem o bom humor dela minha vida não seria tão colorida. Por isso eu separei cinco pérolas da minha diva, nossos dias são mega engraçados. Não sei se ela faz de propósito ou é desligada mesmo, mãe te amo!

1. Jogo de celular

- Mãe, filme com 6 letras:
- Dançando na chuva!

2. Daschund

Eis que minha mãe resolve colocar um portão eletrônico aqui em casa e chama um senhor para instalá-lo. Papo vai, papo vem ele vê nossa filhote de Daschund e fala que tem uma igual. Mamãe sempre se empolga quando o assunto é cachorro e por fim pergunta:
- Mas a sua linguicinha é grande?
Ele deu um risinho de canto e respondeu:
- Sim, é bem grandinha...

3. Por que ele riu?

Certa vez um de meus cães estava com falhas nos pelos, minha mãe já sabia o que era e foi na agropecuária:
- Moço, eu queria um remedinho para gonorreia.
Ele riu, mas na hora ela não entendeu o porquê.
Chegando em casa, me contou o fato e eu prontamente disse:
- Acho que a senhora quis dizer seborreia, né?

4. Férias

Minha irmã:
- Abril do ano que vem eu vou tirar férias, eu quero ir para Londres!
Então a mãe respondeu:
- Por que tu não vai pro Canadá? A Heloísa tá lá...

5. Cuidado ao escovar os dentes

Acostumada a acordar cedo, mamãe resolveu dormir um pouco mais. Levantou apressada, colocou o creme dental na escova, a escova na boca e notou um gosto estranho:
- Filha, escovei os dentes com creme depilatório!
Ah, nem reparou o aroma de cereja...
  

Minha irmã tentando mostrar o peixe que pescou e minha mãe não sabia como tirar do modo ''Dual''.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Um pouco de medo

Fico pensando em como seria difícil se eu perdesse a visão, às vezes o medo vem à tona. Ele chega sem avisar, entra em minha mente sem pedir licença. É aceitável perder o movimento dos braços, por exemplo, e precisar de ajuda para pegar o garfo ou qualquer outra coisa. No entanto é completamente utópico alguém enxergar por nós. A aceitação é a palavra chave, temos que aceitar esse vai e vem de sintomas e sentimentos que se misturam ao que é realmente a Doença de Devic. Não é fácil mas ao menos tivemos a chance de conhecer o azul.